quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Infantaria Colorada

Eles marcham a passos largos, arrecadando grupos que fluem por vias secundárias. Ouvem-se, ao longe, cânticos de guerra ganhando vozes a cada esquina; fanáticos cobrem-se de suas cores e estas prolongam-se em estandartes de taquara imensa. Lentamente chegam os ônibus com corpos pendurados, marcando o compasso em sua lataria. É chegada a hora! Carros anunciam o momento, soando buzinas excitadas, enquanto os mercadores incentivam o consumo, produzindo chamados criativos. Os cambistas alardeiam a escassez de ingressos e o tamanho da fila. Resta pouco tempo para o combate e a confusão lá fora deixa a todos aflitos, acelerando passos e corações. Nós somos homens de um tempo sem medo, e aqui nos encontramos prá fazer história. Aos que ficam em casa desejamos tranqüilidade, mas a nossa infantaria anseia sair da vida e ecoar na eternidade. Os torcedores de alma guerreira, indiferentes às vitórias e às derrotas, aqui estão frente à batalha do Rio da Prata, pois representar a nação alvi-rubra significa, para nós, levar milhares de corações pendurados em nossos estandartes, corações emocionados que talvez não suportem o calor da luta. Avançamos, destemidamente, rumo a mística Bombonera, com a certeza de que o tamanho do inimigo valoriza, ainda mais, nossa façanha, e que esta sirva de exemplo a toda terra, pois nunca tantos ficaram devendo tanto a tão poucos!

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