sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Uma abordagem distinta

Nas praias de Barcelona existem várias mensagens como se fossem diálogos de histórias em quadrinhos, isso mesmo a praia conversa com o banhista através de balõezinhos estrategicamente postos na areia. Neste da imagem acima está escrito:
“tu deixas o celular? a carteira? i a sujeira?
Alguns anos atrás vi um recado interessante numa vaga para deficientes em um supermercado suíço:
“Se queres ficar com a minha vaga, fique também com o meu problema!”
Recados como esses soam como diálogos, não são proibições diretas e definitivas, são reflexões sobre seus direitos e deveres e eles, talvez, alterem comportamentos. O essencial aqui é perceber que existem diversas formas de comunicação e a eficácia vai depender da maneira correta da abordagem.

Os labirintos del Born

“O labirinto é o símbolo mais evidente do estar perdido.Sinto-me perdido tantas vezes; (algumas vezes) gratamente perdido (...); outras desoladamente perdido.”
Jorge Luis Borges
Estamos ansiosamente perdidos esperando a certeza do rumo correto, mas não existem caminhos seguros, todos eles nos levam repetidamente de volta a incerteza. Bem aventurado é aquele que se poe a caminhar carregando suas inseguranças, pois a dúvida paralisa e adia a partida. Se buscarmos um caminho seguro e familiar, isento de erros, nunca viveremos realmente e nada será proveitoso porque só o imprevisto pode nos confrontar com as cambiantes percepções que colhemos do mundo exterior. E de nada adianta as migalhas de pré-conceitos- que adquirimos com nossas experiências!- para demarcar a jornada até aqui. Sempre existe uma lição de humildade a cada esquina, é só ter olhos para ver, ouvidos para escutar, e disposição para estar perdido.

sábado, 22 de agosto de 2009

O explícito e a sugestão

Quando assistimos a um filme “B” de terror as cenas mais terríveis são mostradas em close, cabeças são cortadas, membros são decepados fazendo o sangue jorrar na tela. O resultado disto é que nos acostumamos com a nojeira e o medo se transforma em riso. De forma distinta, em um bom filme de suspense o medo aparece na sugestão de que alguma coisa irá acontecer, nada é direto, a tensão permanece porque sempre estamos à espera de que algo assustador possa nos pegar de assalto. Mal comparando, me parece que o despudor com o corpo nas praias européias se assemelha ao primeiro estilo de filme. Tudo é explícito, natural, pessoas andam peladas na praia com desenvoltura e...descompromissadas com o mistério. Quando o corpo e conseqüentemente o sexo se tornam naturais, explícitos, desavergonhados, intuo que perdemos muito do tesão, e o gostoso pecado acaba virando uma enfadonha aula de anatomia, sem a oportunidade da transgressão - um prazer que nos foi dado pelos moralistas. O que está implícito, o que sugere e promete, como em um bom filme de suspense, excita muito mais!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Em busca do caminho

Os pequenos milagres se sucedem quando optamos pela estrada que interiormente nos deleita. Seremos impulsionados a seguir em frente somente quando as forças interiores apreciarem o percurso... Um caminho aprazível nos traz o movimento adequado! Um dos grandes erros humanos talvez seja o de optar por uma profissão que nos traga somente segurança financeira e aprovação alheia. Baseado apenas nisso, teremos a tendência de escolher um ofício para o qual não fomos talhados, ficaremos mal alocados, desconfortáveis, fora do lugar. Uma pessoa que não descobre o seu lugar no mundo é um ser frustrado, um talento desperdiçado que insiste em “socar a face de Deus” enquanto as frustrações se acumulam como pedras no caminho, impedindo o desenvolvimento da nossa real aptidão. A ação humana é de infinita elasticidade, não existe trabalho pequeno ou grande, o que conta é à disposição de andar para frente no caminho escolhido.