sábado, 22 de agosto de 2009

O explícito e a sugestão

Quando assistimos a um filme “B” de terror as cenas mais terríveis são mostradas em close, cabeças são cortadas, membros são decepados fazendo o sangue jorrar na tela. O resultado disto é que nos acostumamos com a nojeira e o medo se transforma em riso. De forma distinta, em um bom filme de suspense o medo aparece na sugestão de que alguma coisa irá acontecer, nada é direto, a tensão permanece porque sempre estamos à espera de que algo assustador possa nos pegar de assalto. Mal comparando, me parece que o despudor com o corpo nas praias européias se assemelha ao primeiro estilo de filme. Tudo é explícito, natural, pessoas andam peladas na praia com desenvoltura e...descompromissadas com o mistério. Quando o corpo e conseqüentemente o sexo se tornam naturais, explícitos, desavergonhados, intuo que perdemos muito do tesão, e o gostoso pecado acaba virando uma enfadonha aula de anatomia, sem a oportunidade da transgressão - um prazer que nos foi dado pelos moralistas. O que está implícito, o que sugere e promete, como em um bom filme de suspense, excita muito mais!

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