terça-feira, 29 de novembro de 2011

O medo da morte e o medo do desconhecimento


"Devo ensinar-lhe, Tzu-lu, no que consiste o conhecimento? Quando você sabe alguma coisa, reconhece que sabe; e, quando você não sabe alguma coisa, reconhece que não sabe. Isso é conhecimento." Confúncio(Século IV a.c)

"É preciso tornar a educação mais pessoal, em vez de linear. A vida não é linear. Embora isso seja difícil, não há outra alternativa. Se quisermos encorajar as pessoas a pensar, temos que encorajá-las a ser aventureiras e a não ter medo de cometer erros. Ao longo da vida, os indivíduos vão se tornando mais conscientes e constrangidos e ficam com medo de cometer erros, porque passam por situações em que dão respostas erradas, se sentem estúpidos e não gostam deste sentimento. É preciso criar uma atmosfera, tanto na escola quanto no trabalho, em que não há problema em estar errado."
Ken Robinson
Dizem que o medo de falar em público só é superado pelo temor da morte, sendo assim logo após o pavor primitivo do desconhecido vem o receio social de fazer papel ridículo, de gaguejar, de demonstrar insuficiente capacidade intelectual; é o medo dos outros e de suas opiniões a respeito de nós. Este medo é tão poderoso que invariavelmente nos constrangemos quando alguém está inseguro perante a multidão, sentimos empatia e a vergonha acaba sendo um vírus que se espalha rapidamente. Pois da mesma família deste medo social, o de falar em público, nasce o receio por não saber; o medo do desconhecimento! Também alimentado pelo receio do julgamento alheio. Ninguém se sente confortável revelando suas debilidades do intelecto, e quanto mais avança nosso conhecimento mais tememos assumir nossos desconhecimentos, e ainda que alguém já tenha dito que a dúvida é a antessala da sabedoria parece que quando chegamos a um determinado ponto a incerteza já não é um benefício e sim uma demonstração de fragilidade. Naturalmente somos estimulados pelo ego a ficar quietos quando não compreendemos ou temos dúvidas, assim nos escondemos para não revelar nossa ignorância, e este é o grande inimigo oculto da aprendizagem, ou seja, o receio de ignorar alguma coisa que deveríamos saber, mas em realidade não sabemos. Desta forma a real aprendizagem só vem para os corajosos, os que se expõem e saem das sombras! Ironicamente, nós professores, os agentes que deveriam construir conhecimentos somos os principais responsáveis, desde cedo, pela semente do constrangimento e a consequente inibição da curiosidade. Fomentamos o medo, somos os cerceadores da liberdade do não saber, somos a opinião alheia que reprime, somos a sociedade que julga e não ajuda... Pior que isso só a morte!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Lope

Desmayarse, atreverse, estar furioso, Áspero, tierno, liberal, esquivo, Alentado, mortal, difunto, vivo, Leal, traidor, cobarde y animoso: No hallar fuera del bien centro y reposo, Mostrarse alegre, triste, humilde, altivo, Enojado, valiente, fugitivo, Satisfecho, ofendido, receloso: Huir el rostro al claro desengaño, Beber veneno por licor suave, Olvidar el provecho, amar el daño: Creer que el cielo en un infierno cabe; Dar la vida y el alma a un desengaño, ¡Esto es amor! quien lo probó lo sabe. Lope de Vega