terça-feira, 21 de outubro de 2008

Enterrem meu coração na curva do rio

“Caía o crepúsculo quando a coluna passou pela última elevação e começou a descer o declive rumo ao riacho chamado Wounded Knee. A poeira invernal e os minúsculos cristais de gelo dançando à luz agonizante , acrescentavam uma qualidade sobrenatural à paisagem sombria. Em alguma parte das proximidades desse riacho gelado jazia o coração de Cavalo Doido num lugar secreto, e os dançarinos fantasmas acreditavam que seu espírito sem corpo esperava impacientemente pela nova terra que certamente viria com a primeira grama verde da primavera.” Trecho do livro de Dee Brow ; Enterrem meu coração na curva do rio Resposta do chefe Seattle à proposta do presidente dos Estados Unidos para comprar suas terras em 1854 “Se nós vendermos nossa terra , vós deveis lembrar e ensinar a seus filhos que os rios são nossos irmãos e também vossos. E vós deveis dar aos rios a ternura que mostrais a um irmão. Sabemos que o homem branco não entende nossos costumes . Um pedaço de terra , para ele , é igual ao pedaço de terra vizinho, pois é um estranho que chega ,às escuras, e se apossa da terra de quem tem necessidade. A terra não é sua irmã, mas sua inimiga, e uma vez conquistada , o homem branco vai mais longe. Seu apetite arrasará a terra e não deixará nela mais que um deserto.” “O que é o homem sem os animais? Se os animais desaparecerem , o homem morrerá dentro de uma grande solidão. Ensinai também a vossos filhos aquilo que ensinaremos aos nossos: que a terra é nossa mãe. Dizei a eles que a respeitem , pois tudo que acontecer à terra acontecerá aos filhos da terra. Se os homens cospem no chão , eles cospem sobre eles mesmos. Ao menos sabemos isto: a terra não é do homem ; o homem pertence à terra. Todas as coisas são dependentes. Não foi o homem que teceu a teia de sua vida, ele não passa de um fio dessa teia. Tudo que fizer para essa teia estará fazendo a si mesmo.” Parece mentira que o homem branco “civilizado” pudesse encontrar no meio das planícies e lugares ermos e selvagens uma raça de homens com grande poder de expressão poética. Os povos nativos que habitavam a terra e dela viviam - antes da “civilização” chegar até eles trazendo a cruz e a espada- compreendiam a natureza numa relação de interdependência que parece descabida na nossa ótica de conquistas e “progressos”. Nossa ambição mesquinha dizimou covardemente culturas inteiras em nome do comércio e de valores hipócritas, e , ainda hoje, continuamos desprezando os remanescentes destas sociedades primitivas... porém sábias!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

El viaje del "chê"

" Yo escuchaba chapotear en el barco los pies decalzos y presentía los rostros anochecidos de hambre. Mi corazón fue un péndolo entre ella y la calle. Yo no sé con qué fuerza me libré de sus ojos, me zafé de sus brazos. Ella quedó nublando de lágrimas su angustia tras de la lluvia y el cristal, pero incapaz para gritarme: ¡ Espérame, yo me marcho contigo!" Miguel Otero Silva

El Viaje

O instinto é coletivo meu irmão