sábado, 20 de setembro de 2008

20 de Setembro

O silêncio era completo. O vento agitava as bandeiras, os cabelos, as crinas dos cavalos.
- São sem número as injustiças feitas pelo governo: seu despotismo é o mais atroz. E sofreremos calados tanta infâmia? Não!
As lanças mais uma vez subiram aos céus. - Nossos compatriotas , os rio–grandenses , estão dispostos como nós a não sofrer por mais tempo a prepotência de um governo tirano. Arbitrário e cruel, como o atual. Em todos ao ângulos da província não soa outro eco que independência, República ,Liberdade ou Morte!
Nova aclamação sobe das tropas . Os cavalos escarvam o chão
- Este eco majestoso que tão constantemente repetis, como uma parte deste solo de homens livres , me faz declarar que proclamamos nossa independência provincial, para o que nos dão bastante direito nossos trabalhos pela liberdade e o triunfo que ontem obtivestes sobre estes miseráveis escravos do poder absoluto!
A pausa foi preenchida pelo vento assobiando no pampa.
- Camaradas – A voz de Joaquim Pedro agora estava deformada pela emoção- Nós , que compomos a primeira brigada do Exercito liberal, devemos ser os primeiros a proclamar , como proclamamos , a independência desta província , a qual fica desligada das demais do Império e forma um estado livre e independente , com o título de República Rio–Grandense, e cujo o manifesto às nações civilizadas se fará competentemente.
Um murmúrio percorreu a tropa.
- Camaradas! – Joaquim Pedro desembainhou a espada . Gritemos pela primeira vez : Viva a República Rio-Grandense! Viva a Independência! Viva o exército Republicano Rio-Grandense!
As aclamações sobem novamente. Os vivas se repetem. Os cavalos empinam, relincham, sentem a tensão no ar.

Trecho do livro "Os varões assinalados" de meu conterrâneo Tabajara Ruas

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