sábado, 29 de novembro de 2008
O Dia de Hoje
Não há passado e nem futuro, a vida é feita essencialmente de dias. Alguns são bonitos , outros são cinzas mas eles se sucedem infinitamente até o dia"D"...morrer! Seria interessante se tivéssemos nascido com um "prazo de validade". Saberíamos aonde terminariam os nossos dias, a data exata, o último amanhecer, o derradeiro por do sol. Mas se soubéssemos de antemão o dia final, como viveríamos os dias que nos foram dados? A antecipação do fim com hora marcada seria uma benção ou um desespero? Caminharíamos até o dia "D" serenos ou amargurados? Acredito que algumas pessoas correriam desesperadas atrás dos prazeres, afim de provar tudo o que os sentidos nos proporcionam, outras talvez, investiriam em deixar um legado de boas ações e a memória de um nome correto. Mas quem estaria lá, no tal dia? Seria um dia festivo ou um dia triste? O dia vai chegar, com certeza, mas não sabemos quando e isto é uma benção para o dia de hoje!
Van Gogh - Uma pintura de marginal

Quatro tios e um irmão se dedicavam ao comércio de obras de arte,mas ele só conseguiu vender um quadro, um único, em toda a sua vida.Por admiração ou lástima , a irmã de um amigo pagou quatrocentos francos por um óleo, O vinhedo vermelho, pintado em Arles. Mais de um século depois,suas obras são notícia nas páginas financeiras de jornais que ele jamais leu, são as pinturas mais cotadas nas galerias de arte onde nunca entrou, as mais vistas em museus que ignoravam a sua existência e as mais admiradas nas academias que lhe conselharam a se dedicar a outra coisa. Agora Van Gogh decora restaurantes que lhe negariam comida, consultórios de médicos que o trancariam num manicómio e escritórios de advogados que o meteriam na prisão
Texto do Livro "Espelhos" de Eduardo Galeano, comprovando a "tese" que nossos grandes gênios foram marginalizados por medíocres de visão limitada. O irônico é que os medíocres venceram, e hoje ganham dinheiro cultuando gênios que morreram amargurados.
sábado, 22 de novembro de 2008
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Futebol ao sol e à sombra

Como todos os meninos uruguaios, eu também quis ser jogador de futebol.
Jogava muito bem, era uma maravilha, mas só de noite, enquanto dormia:
de dia era o pior perna de pau que já passou pelos campos do meu país.
Como torcedor, também deixava muito a desejar. Juan Alberto Schiaffino e
Julio César Abbadie jogavam no Peñarol, o time inimigo. Como bom torcedor
do Nacional, eu fazia o possível para odiá-los. Mas Pepe Schiaffino, com suas
jogadas magistrais, armava o jogo do seu time como se estivesse lá na torre
mais alta do estádio, vendo o campo inteiro, e Pardo Abbadie deslizava a bola
sobre a linha branca da lateral e corria com botas de sete léguas, gingando, sem
tocar na bola nem nos rivais: eu não tinha saída a não ser admirá-los. Chegava
até sentir vontade de aplaudi-los. Os anos se passaram, e com o tempo acabei
assumindo minha identidade: não passo de um mendigo do bom futebol. Ando
pelo mundo de chapéu na mão, e nos estádios suplico:
- Uma linda jogada, pelo amor de Deus!
E quando acontece o bom futebol, agradeço o milagre - sem me importar com
o clube ou o país que o oferece.
Texto de abertura do livro "Futebol ao sol e à sombra" de Eduardo Galeano.
O autor justifica o escrito considerando e descrevendo uma epopéia do futebol
mundial... sem nação, cor ou credo definidos. Um grande Livro!
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Os quatro elementos

quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Há muito tempo que ando...
Há muito tempo que ando nas ruas de um porto não muito alegre
e que no entanto me traz encantos e um pôr de sol me traduz em versos
De seguir livre muitos caminhos arando terras provando vinhos,
de ter idéias de liberdade e ver amor em todas idades.
Música - Horizontes
Intérpretes - Vitor Ramil e Angela Jobim
Uruguaiana...Feliz tu nascestes...
Uruguaiana feliz tu nascestes a beira de um rio
sorrindo ao luar.
Uruguaiana cidade alegria ouve a melodia deste meu cantar.
É um canto modesto, mas que é um manifesto do meu coração
Cidade fronteira que es toda coberta de um céu
cor de anil , tens a honra mais bela de ser sentinela
do nosso Brasil.
Hino de Uruguaiana , intérprete - Bebeto Alves
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Se Deus fosse uma cidade...
..Se Deus fosse uma cidade era o Rio de Janeiro
mas forte do que o sol.
Abre os braços prá ver, deixa
a moça convencer, desistir de ser solteiro.
Eu vou rezar prá Yemanjá porque de amar não vou mais morrer
Vou me perder nas suas curvas
acordar com a mente turva tal a sua realeza
o meu Rio de Janeiro, carioca sem pudor ,
nascer de um sol Arpoador.
Beijo na boca de cidade,
você é minha real grandeza
que se esconde atrás do morro
e desponta para o mar...
prá ver , ti ver e fazer sonhar.
Intérprete - Falcão
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Teoria da relatividade

No princípio havia um homem sério e ele disse aos demais que tudo era a lei . Dizia ele também que falava em nome de Deus. Com este homem não aprendemos muita coisa, somente constatamos que, invariavelmente , a mulher do próximo é mais interessante que a nossa. Então , logo depois surgiu um jovem cabeludo falando de paz e amor, declarando ser Rei e filho de alguém importante. Todos ficaram preocupados e mesmo o rapaz dizendo que seu reino não era deste mundo ninguém gosta de ouvir verdades , ainda mais vindas de um filho de marceneiro. Acabou crucificado por confiar no nosso amor. Passamos séculos fingindo hipocritamente que obedecíamos o primeiro homem e passamos a idolatrar o jovem cabeludo...aquele que nós matamos! Como as idéias de culpa e amor não alteraram em nada a humanidade, uma voz perigosa apareceu exclamando que tudo era o capital e estávamos escravizados por ele. Este homem queria justiça e igualdade, mas sua revolução acabou construindo um muro entre as pessoas. Do lado de lá ou do lado de cá do muro, todos inconscientemente são impulsionados pelo sexo...lembram da mulher do próximo? Estes sonhos e desejos vieram a tona revelados por um psicanalista , que ao longo de sua carreira afirmou que tudo era sexo! Enquanto burlávamos a lei em nome da "mais valia" e falávamos de amor sem colocá-lo em prática, o sexo era o caminho mais curto para preencher o vazio do cotidiano. Os tempos mudaram, mas o homem é basicamente o mesmo. Continuamos em busca da verdade. Qual destes homens históricos disse a verdade? Talvez a resposta esteja na loucura de um cientista, que provocando colocou a língua para fora e sentenciou: "tudo é relativo!!" O ser humano é aquilo que pensa em relação a lei , ao amor, dinheiro e sexo.
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